É no asfalto que me falto,
não me farto.
Sou da terra batida,
rachada, ressequida...
plantas rasteiras irrompendo,
vazando céu acima...
Afrontando a morte.
É no asfalto que me falto,
não me farto.
Sou da terra úmida,
lamacenta, intumescida...
lodos entranhando por sob e sobre os dedos dos pés,
vazando céu acima...
Afrontando a morte.
É no asfalto que me falto,
não me farto.
Sou protopedras portuguesas,
o silêncio dos arrecifes
em meio ao alarido das ondas...
Corpo que se cobre com a virgem terra
de meus ancestrais,
Vazando céu acima...
Afrontando a morte.
É no asfalto que me falto,
não me farto...
DiAfonso
3 comentários:
Beleza de poema. Um "soco" em nossa alma por vezes inerte.
Grato pelo comentário, cumpadi Zatonio!
abs
Eita que o Poeta voltou! Vamos que vamos!
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