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domingo, 25 de maio de 2008

Registros de uma Saudade Inominável [Re-cortes Dis-sonantes] - II







Como quem alberga o peso do Universo lido e revisitado durante séculos, inquieto-me com este Hiato a cindir Teu Corpo do Meu: amo Você... Amo e estou só, guardando este Silêncio Profundo que me cega e esta Distância Infesta que me devasta. Juntos, Silêncio e Distância, assemelham-se a Uivos paridos em Noites Infindas, ferindo ouvidos de Ninguém.

Estou cansado... Dormente. Mas o que sinto por Você, este Amor Clandestino, absorve-me, incendeia-me. Meu Corpo, então, procura-Te incansável, inconsolável. E, na circunvolução na qual se acha,

A Ti se entrega
Contigo se deita
Em Ti vagueia
Entre Ti intumesce
Para Ti foi gerado
Por Ti geme
Sem Ti arrefece
Sob Ti descansa

Sobre Ti desliza afogueado, como animal bravio solto nos campos, umedecendo-Te toda... invadindo-Te toda numa chuva torrencial cuja senha é um Amo-Te... riso contido... inaudito...

[DiAfonso]


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