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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ícaro [A Vertigem...]


Eis o homem:
Ícaro de amputadas asas
De alma pútrida...
Áptero... pávido...
Insano... sem dó... dor só!

Eis o homem!
Acordado sem acordes
Com os quais dançar
(dançarino do nada: dor só!)

Eis o homem!
Acordado sem cor
Com a qual se pintar
(dândi do nada: dor só!)

Eis o homem!
Acordado sem palavras,
Sem verbo,
Sem vida
Com a qual apodrecer
em seu túmulo caiado de trevas
(divindade do nada: dor só!)

Eis o homem:
Dançarino... nada!
Dândi... nada!
Divindade... nada!

[DiAfonso]

2 comentários:

Unknown disse...

Poeta, belíssimo !
Ameiiiiiiiiiiiiiii demais.


Bjs!

lula eurico disse...

Poeta, eis a confissão de um homem engajado com o ser homem. Engajado radicalmente, ou seja, descendo às raízes do drama que é ser homem.
Receba o meu abraço fraterno e amigo.
Um abraço de irmão mais velho, de tantas caminhadas juntos...
Paz, Páscoa, Fraternidade!

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