Com os que habitam no cerne da terra profícua convivi,
Com eles, de relevos engravidei-me...
Com eles, de planícies e planaltos inundei-me...
Com eles, de relevos engravidei-me...
Com eles, de planícies e planaltos inundei-me...
Com a clivagem dos metais me fiz,
Com ela, a vida me foi parida aos pedaços...
Um despedaçar sem fim...
Agora, só estou:
Na alma, um fugidio e indelével relevo...
Ancestralidade que o nada sedimenta...
Agora, só estou:
Na alma, a dolente e primeva clivagem...
Ancestralidade que o tudo cinde...
Agora, só estou:
Um quase nada:
Um relevo que não se diz,
Uma clivagem que não se faz...
Agora, só estou:
Silencio ante o que ensurdece...
Disperso-me ante o que unívoco se pretende...
Agora, só estou:
E a alma, deambulante, esvai-se,
Esvai-se por entre as inóspitas caatingas...
[DiAfonso]
3 comentários:
Que maravilha!!! Agora sim, tens um sítio a altura da tua obra. Magnífico!!!
Salve, Poeta!
Amigo, belo templo das palavras encontrei aq.... parabens pelo belo blog.
Realmente a solidão as vezes faz parte de nossa trajetoria, mas como disse o poeta espanhol Gustavo Adolfo Becquer, "a solidão é muito bela... quando se tem alguém a quem o dizer".
Ótima terça e muita paz!!!
Parou ? Não faça. As palavras versadas proporcionam viagens incriveis. Abraços Yvy
Postar um comentário